Atrás de todos esses muros,
ouço sons de desesperados.
Do mais baixo murmuro,
até os berros mais altos.
Atrás de todo esse concreto empilhado se esconde o certo
e se pratica, religiosamente, o errado.
Todas essas grades bem expostas
trazem a eterna segurança
de ver o mundo de cabeça pra baixo
dar as costas e se sentir seguro como um criança.
Daqui de fora eu entendo o seu sofrimento,
já sofri desse sofrer.
Mas a partir do momento que derrubei a grade,
pulei o muro num só salto, entendi o meu viver.
Encarei muitos dos meus medos
e mais medos eu criei.
Hoje tenho medo é de viver atrás, novamente,
das grades que eu mesmo derrubei.
Daniel
Som bom pra ouvir:
Milton Nascimento e Lô Borges - Clube da Esquina, No. 2 (Clube da Esquina 1972)
terça-feira, 27 de outubro de 2009
domingo, 4 de outubro de 2009
Do outro lado da rua.
Ela me olha com aquele olhar de desdém.
Tenta sorrir enquanto conversa com os outros,
tentando fazer com que eu me sinta um ninguém,
nesses minutos em que ela me vê, me ignora mais um pouco.
Mas ainda assim continua a me olhar.
Mexe no cabelo como se estivesse preocupada com algo,
olha pro relógio como se estivesse atrasada.
Mas o dia dela é vago e ela quase não faz nada.
Isso não é segredo pra ela, nem pra mim.
Mas ela gosta do jogo que existe entre nós
cada movimento, cada ação faz sentido.
Ela finge que sou invisível, embora se arrepie
cada vez que minha voz chega aos seus ouvidos.
Eu sou só um peão no meio desse tabuleiro.
Não vivo isso pela metade, não é fantasia dela
eu sou parte desse jogo e estou nele por inteiro.
Mas nossas vidas são completamente diferentes,
se eu ando pra trás,
no mesmo momento ela, com toda elegância,
se põem a andar pra frente.
Entende? A culpa não é nossa, nunca foi.
Nossos sentimentos se cruzaram,
mas nossas vidas se esqueceram de fazer o mesmo depois.
Daniel
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Um pouco de nostalgia.
Como doutor Neto não aparece por aqui tem um tempo, resolvi postar um texto dele (tomara que ele não se importe) que eu acho que não merece ficar perdido na imensidão do meu computador.
então aqui vai:
Prefácio (Sob tortura)
Alguém espreita à porta e espera ser notado
Como em todos os dias eu finjo um acordo moral
e olho com pouco caso tua confiança
Não olho nos olhos de quem está prestes a me matar
Eu já morri tantas vezes
que o fantasma à porta me ignora
Mas te olha com paixão
Não morro na tua ausência, eu sofro
E o que me traz aqui hoje
não é mais sobre nós dois e você sabe
Há um mundo cheio de problemas atrás da porta
que a tua boca já não afoga
Eu não posso falar se não vejo
Eu não posso amar se não sonho
Mas acredite: o que te apresento é um sentimento novo
é maior do que este quarto
é do tamanho do meu nome
Porque hoje sou todas as pessoas do mundo
Não é mais sobre nós, aceite
Há um sorriso entre a gente
e eu morreria por ele
se já não vivesse
Neto Titz, o cubano.
domingo, 6 de setembro de 2009
"...também bate um coração..."
Pelo seu sorriso de lado
ele deixa desconfiado
qualquer rabo de saia que se aproximar
Fugindo de ser namorado
vai sambando de lado
e sempre sabe a hora de parar
Sem medo de ficar sozinho
ele vai miudinho e quando fica sério
como ninguém ele consegue escapar
Carrega a culpa de corações partidos
de amores mal resolvidos
mas quem disse que ele é de se preocupar
Sonhando com o barulho do pandeiro
vai passando o dia inteiro esperando a noite chegar
As moças sentem que ele não vale nada
mas com aquela levada
no salão ele se faz notar
Mesmo quando só, sempre se diz acompanhado
com seus cordões e seus santos
afastando todo o mau olhado
Quando pergunto do futuro
ri e sai cantando
diz que a vida é um beco escuro
que ele acende as luzes enquanto vai caminhando
Há quem diga que não carrega nada no peito
se fosse verdade seria perfeito
mas não é não
O problema de todo bom malandro
é ter batendo forte um leviano coração
Daniel
ele deixa desconfiado
qualquer rabo de saia que se aproximar
Fugindo de ser namorado
vai sambando de lado
e sempre sabe a hora de parar
Sem medo de ficar sozinho
ele vai miudinho e quando fica sério
como ninguém ele consegue escapar
Carrega a culpa de corações partidos
de amores mal resolvidos
mas quem disse que ele é de se preocupar
Sonhando com o barulho do pandeiro
vai passando o dia inteiro esperando a noite chegar
As moças sentem que ele não vale nada
mas com aquela levada
no salão ele se faz notar
Mesmo quando só, sempre se diz acompanhado
com seus cordões e seus santos
afastando todo o mau olhado
Quando pergunto do futuro
ri e sai cantando
diz que a vida é um beco escuro
que ele acende as luzes enquanto vai caminhando
Há quem diga que não carrega nada no peito
se fosse verdade seria perfeito
mas não é não
O problema de todo bom malandro
é ter batendo forte um leviano coração
Daniel
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Ô, malandragem, dá um tempo!
Corinthians 2x1 Santos
É como se eu acordasse sorrindo sem saber o porquê. Ah, lembrei...
Agonia o jogo todo: o gol que não saia, o Souza que não toma jeito, o Dentinho que até toma jeito mas não faz gol, o Felipe salvando, a Torcida que gritava, o Bar cheio de santista, o gol que saiu, o Mano que foi expulso, a derrota que se anunciava, o amigo que sorria...até que em apenas sete minutos mostramos o que é ser Fiel: a Torcida que continua gritando, o Dentinho que não faz gol mas até que toma jeito...é a gente, apesar de tudo, acreditando. Porque bom não está e futebol ainda é um plano fértil de corrupção, mas, sei lá, é um troço diferente ser corinthiano!
Quanto tempo ainda demora pra ele morrer?
A mídia é incansável com seus produtos e brinquedos. Michael Jackson pode até ter sido um ícone pop, mas ô, malandragem, com todo o respeito, dá um tempo.
Escutando: TV Senado - Marcelo Crivela fala sobre religião...ô, malandragem, dá um tempo...também quer que eu acredite quando o Sarney fala sobre ética? Pera aí, né!?
Neto
É como se eu acordasse sorrindo sem saber o porquê. Ah, lembrei...
Agonia o jogo todo: o gol que não saia, o Souza que não toma jeito, o Dentinho que até toma jeito mas não faz gol, o Felipe salvando, a Torcida que gritava, o Bar cheio de santista, o gol que saiu, o Mano que foi expulso, a derrota que se anunciava, o amigo que sorria...até que em apenas sete minutos mostramos o que é ser Fiel: a Torcida que continua gritando, o Dentinho que não faz gol mas até que toma jeito...é a gente, apesar de tudo, acreditando. Porque bom não está e futebol ainda é um plano fértil de corrupção, mas, sei lá, é um troço diferente ser corinthiano!
Quanto tempo ainda demora pra ele morrer?
A mídia é incansável com seus produtos e brinquedos. Michael Jackson pode até ter sido um ícone pop, mas ô, malandragem, com todo o respeito, dá um tempo.
Escutando: TV Senado - Marcelo Crivela fala sobre religião...ô, malandragem, dá um tempo...também quer que eu acredite quando o Sarney fala sobre ética? Pera aí, né!?
Neto
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Nos passos da loucura
é, meu irmão
você perdeu o refrão
saiu do compasso
e nesse teu passo
nem sei onde vai parar
é isso ai, companheiro
no bar o dia inteiro
de janeiro a janeiro
nem o rio vai te aguentar
perdeu mulher, trabalho,
casa e dignidade.
ganhou asas
e se esqueceu da idade
é mais um louco abençoado
por esse céu de meu pai
que acorda sem saber,
no fim do dia, pra onde vai
e quem questiona sua loucura
vive em loucura maior
que é andar no meio de tantos
se sentindo importante
e nunca perceber que talvez seja só
Daniel
você perdeu o refrão
saiu do compasso
e nesse teu passo
nem sei onde vai parar
é isso ai, companheiro
no bar o dia inteiro
de janeiro a janeiro
nem o rio vai te aguentar
perdeu mulher, trabalho,
casa e dignidade.
ganhou asas
e se esqueceu da idade
é mais um louco abençoado
por esse céu de meu pai
que acorda sem saber,
no fim do dia, pra onde vai
e quem questiona sua loucura
vive em loucura maior
que é andar no meio de tantos
se sentindo importante
e nunca perceber que talvez seja só
Daniel
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
CASSANDRA
Depois de você, choro e vela
Aguardando passos desencontrados
Aguardando batidas na porta de madrugada
Aguardando talvez quem viesse me trazer o sonho
O pó, a vítima, o sonho
Depois de você, um filme
Ver finais felizes
Sem mágoas, sem cicatrizes
E não conseguir dormir
Aguardando a realidade manchar as cores
Depois de você não havia mais ninguém
Depois do seu sonho não sobrou mais espaço
Depois do silêncio veio a verdade
E as bocas não mais desejariam ser abertas
Apenas ouça!
Muita lama para abençoar teus pés
Muito pó para prolongar tua ilusão
Muita boca para curar o amor
Muita morfina para esquecer a dor
Apenas corra!
Quando chegar um verão solitário
Quando não fizer mais sentido ficar
Para ouvir histórias iguais
Quando for tarde demais
Eu quero cuspir não me dê água para engolir esse gosto amargo que ficou de ontem. E não me acorde antes de sonhar comigo longe, num paraíso.
Já te contei da vez que eu corri sem saber para onde ir?
Apenas ouça!
Neto
Aguardando passos desencontrados
Aguardando batidas na porta de madrugada
Aguardando talvez quem viesse me trazer o sonho
O pó, a vítima, o sonho
Depois de você, um filme
Ver finais felizes
Sem mágoas, sem cicatrizes
E não conseguir dormir
Aguardando a realidade manchar as cores
Depois de você não havia mais ninguém
Depois do seu sonho não sobrou mais espaço
Depois do silêncio veio a verdade
E as bocas não mais desejariam ser abertas
Apenas ouça!
Muita lama para abençoar teus pés
Muito pó para prolongar tua ilusão
Muita boca para curar o amor
Muita morfina para esquecer a dor
Apenas corra!
Quando chegar um verão solitário
Quando não fizer mais sentido ficar
Para ouvir histórias iguais
Quando for tarde demais
Eu quero cuspir não me dê água para engolir esse gosto amargo que ficou de ontem. E não me acorde antes de sonhar comigo longe, num paraíso.
Já te contei da vez que eu corri sem saber para onde ir?
Apenas ouça!
Neto
domingo, 23 de agosto de 2009
Essência
.
A cor do seu quarto, o jeito da sua roupa,
como deve ser seu sapato, o gosto da sua boca.
Onde quer acordar segunda feira, onde mora,
o que quer fazer a vida inteira, se fica ou vai embora.
Jantar, almoço, café da manhã ou café da tarde,
se não gosta quando machuca, se prefere quando arde.
A cor do seu cabelo, o jeito das suas mãos,
os caminhos que são escolhidos, o sim e o não.
Um beijo no rosto, um beijo francês,
me visto bem pra mim ou me visto bem pra vocês.
O jeito com que olha, como você deseja,
como eu realmente sou, como querem que eu seja.
O cheiro do seu corpo, a cor da sua alma,
agir como um louco, manter sempre a calma.
A sua pele contra outra, a sua pele, só ela.
Um quarto só com uma porta, um quarto com janela.
Uma mulher pra toda vida, uma mulher pra toda hora,
viver entre feridas ou viver com quem adora.
Uma aventura a cada mês, uma aventura a cada dia,
uma aventura toda. Uma aventura, e quem diria...
É o que você é e o que não é.
Daniel
A cor do seu quarto, o jeito da sua roupa,
como deve ser seu sapato, o gosto da sua boca.
Onde quer acordar segunda feira, onde mora,
o que quer fazer a vida inteira, se fica ou vai embora.
Jantar, almoço, café da manhã ou café da tarde,
se não gosta quando machuca, se prefere quando arde.
A cor do seu cabelo, o jeito das suas mãos,
os caminhos que são escolhidos, o sim e o não.
Um beijo no rosto, um beijo francês,
me visto bem pra mim ou me visto bem pra vocês.
O jeito com que olha, como você deseja,
como eu realmente sou, como querem que eu seja.
O cheiro do seu corpo, a cor da sua alma,
agir como um louco, manter sempre a calma.
A sua pele contra outra, a sua pele, só ela.
Um quarto só com uma porta, um quarto com janela.
Uma mulher pra toda vida, uma mulher pra toda hora,
viver entre feridas ou viver com quem adora.
Uma aventura a cada mês, uma aventura a cada dia,
uma aventura toda. Uma aventura, e quem diria...
É o que você é e o que não é.
Daniel
Ausência I
Noite
e não é qualquer uma
daquelas frias, em que você não pode nem colocar a ponta do nariz pra fora da janela
Som alto
conversas abafadas, que é pra gente não perceber
entre um sorriso e um choro
a falta que o outro faz
E percebi a ausência logo na voz da Angela Ro Ro:
"Amor, meu grande amor
não chegue na hora marcada"
Ou não chegue nunca!
Neto
e não é qualquer uma
daquelas frias, em que você não pode nem colocar a ponta do nariz pra fora da janela
Som alto
conversas abafadas, que é pra gente não perceber
entre um sorriso e um choro
a falta que o outro faz
E percebi a ausência logo na voz da Angela Ro Ro:
"Amor, meu grande amor
não chegue na hora marcada"
Ou não chegue nunca!
Neto
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Tic Tac...
"Eu fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo:
nem ele me persegue, nem eu fujo dele.
Um dia a gente se encontra..."
Mario Lago
O problema não é a falta de tempo. O problema é o não costume com a falta de tempo.
É fato que nunca teremos tempo pra dar todos os abraços que queremos, que nunca teremos tempo o suficiente pra ficar naquela de "ah, não... desliga primeiro você", que os "eu te amo" ditos nunca serão suficientes, nunca teremos tempo pra presenciar todos os fins de tarde lindos vistos de qualquer lugar paradisíaco e que também não teremos tempo de aproveitar o quanto queriamos.
A idéia não é ficar pensando que deixamos de fazer as coisas por falta de tempo, ela sempre esteve ai e sempre estará.
A idéia é saber aproveitar cada segundo, saber que cada beijo, abraço, aperto de mão, aceno de longe, mesmo que dure dois segundos foi sincero.
Saber que, em cada segundo dessa vida que corre de modo louco, você esteja presente cem por cento.
Daniel
nem ele me persegue, nem eu fujo dele.
Um dia a gente se encontra..."
Mario Lago
O problema não é a falta de tempo. O problema é o não costume com a falta de tempo.
É fato que nunca teremos tempo pra dar todos os abraços que queremos, que nunca teremos tempo o suficiente pra ficar naquela de "ah, não... desliga primeiro você", que os "eu te amo" ditos nunca serão suficientes, nunca teremos tempo pra presenciar todos os fins de tarde lindos vistos de qualquer lugar paradisíaco e que também não teremos tempo de aproveitar o quanto queriamos.
A idéia não é ficar pensando que deixamos de fazer as coisas por falta de tempo, ela sempre esteve ai e sempre estará.
A idéia é saber aproveitar cada segundo, saber que cada beijo, abraço, aperto de mão, aceno de longe, mesmo que dure dois segundos foi sincero.
Saber que, em cada segundo dessa vida que corre de modo louco, você esteja presente cem por cento.
Daniel
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Aquele beijo...
"Não é o mundo como ele é, senão o mundo como a gente vê"
Não era isso que te falavam sonhadores, poetas e afins?
E hoje seu mundo assumiu uma responsabilidade tão grande, incapaz de inexistir.
Você entendeu que "mudar o mundo não é apenas mudar o mundo de lugar"?
Mas aquela frase, no começo daquilo que você depois veio a chamar de amor, daquilo que você nunca mais sentiu, daquilo que te deixou saudade; aquela frase nunca mais vai ser esquecida por quem a ouviu em algum espaço de tempo desse mundo careta e carente.
Ele bem que tinha razão. Ele, quando tocou meu rosto e se aproximou. Ele, que ainda desejo que apareça de repente como quem não quer nada. Ele, num último gesto terno, como quem prevê a solidão. Ele apenas disse como quem já se despede:
"E os outros beijos da nossa vida deixarão a desejar"
Neto
Não era isso que te falavam sonhadores, poetas e afins?
E hoje seu mundo assumiu uma responsabilidade tão grande, incapaz de inexistir.
Você entendeu que "mudar o mundo não é apenas mudar o mundo de lugar"?
Mas aquela frase, no começo daquilo que você depois veio a chamar de amor, daquilo que você nunca mais sentiu, daquilo que te deixou saudade; aquela frase nunca mais vai ser esquecida por quem a ouviu em algum espaço de tempo desse mundo careta e carente.
Ele bem que tinha razão. Ele, quando tocou meu rosto e se aproximou. Ele, que ainda desejo que apareça de repente como quem não quer nada. Ele, num último gesto terno, como quem prevê a solidão. Ele apenas disse como quem já se despede:
"E os outros beijos da nossa vida deixarão a desejar"
Neto
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
No passo do teu caminhar
É o jeito como você se mexe,
como sorri quando me ve por perto
ou como desce as escadas.
Cada passo seu é parte de um desfile
e mesmo que seja só eu o espectador,
assisto com a maior atenção do mundo
e sem mexer nenhum dedo
bato as palmas mais fortes que você já viu.
;)
Daniel
como sorri quando me ve por perto
ou como desce as escadas.
Cada passo seu é parte de um desfile
e mesmo que seja só eu o espectador,
assisto com a maior atenção do mundo
e sem mexer nenhum dedo
bato as palmas mais fortes que você já viu.
;)
Daniel
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Depois dos sonhos póstumos...
"É num interminável segundo que a gente briga"
Lembro das brigas, das caras fechadas, do "nunca mais vou te ver" e "não me procure mais". Lembro das promessas, do "vou mudar", das risadas, dos dias que não queríamos que terminassem.
Tudo tão intenso. Tão nosso, por maiores que fossem os defeitos.
Hoje abro uma caixa antiga com o título "para onde?", e nela palavras não escritas, cartas não entregues, músicas disfarçadas completam o tom dessa saudade. Para onde?
A idéia de voltar a escrever em um blog, antes que eu me esqueça, é para que as palavras não se percam nos centenas de milhares de quilômetros entre Brasil e Cuba.
A volta é sempre um pouco dolorosa, porque ainda restam sinais daquele amor antigo.
"Para onde vão seus sonhos quando você se sente só?"
E se...
E se a gente acordasse desse sono de uma vez?
E se a gente não sonhasse mais?
Eu viraria para um lado e você puxaria o lençol do outro
e um abismo se abriria entre nós
E se a gente dividisse essa cama?
E se essas paredes não existissem mais?
Eu compraria uns discos antigos e você aprenderia a sofrer
e nada faria mais sentido do que eu e você
Por brigas e brigas que ainda iríamos ter
nós anteciparíamos o perigo que é viver
mas não teria graça
A gente já aprendeu a gostar de brigar
só pra depois se entender
E a gente vai aprendendo mais sobre a gente
Eu gosto do que vejo em você
E se a gente parasse de dar sentido a tudo?
E se o nosso sorriso fosse um momento único?
E se o tempo parasse só pra nós?
Eu aprenderia que meu espaço foi feito só para você
e você teria menos motivos para me esquecer
e nada faria mais sentido do que eu e você
E se a gente mudasse o mundo de uma vez?
(Tal o filme que a gente fez)
Neto
Lembro das brigas, das caras fechadas, do "nunca mais vou te ver" e "não me procure mais". Lembro das promessas, do "vou mudar", das risadas, dos dias que não queríamos que terminassem.
Tudo tão intenso. Tão nosso, por maiores que fossem os defeitos.
Hoje abro uma caixa antiga com o título "para onde?", e nela palavras não escritas, cartas não entregues, músicas disfarçadas completam o tom dessa saudade. Para onde?
A idéia de voltar a escrever em um blog, antes que eu me esqueça, é para que as palavras não se percam nos centenas de milhares de quilômetros entre Brasil e Cuba.
A volta é sempre um pouco dolorosa, porque ainda restam sinais daquele amor antigo.
"Para onde vão seus sonhos quando você se sente só?"
E se...
E se a gente acordasse desse sono de uma vez?
E se a gente não sonhasse mais?
Eu viraria para um lado e você puxaria o lençol do outro
e um abismo se abriria entre nós
E se a gente dividisse essa cama?
E se essas paredes não existissem mais?
Eu compraria uns discos antigos e você aprenderia a sofrer
e nada faria mais sentido do que eu e você
Por brigas e brigas que ainda iríamos ter
nós anteciparíamos o perigo que é viver
mas não teria graça
A gente já aprendeu a gostar de brigar
só pra depois se entender
E a gente vai aprendendo mais sobre a gente
Eu gosto do que vejo em você
E se a gente parasse de dar sentido a tudo?
E se o nosso sorriso fosse um momento único?
E se o tempo parasse só pra nós?
Eu aprenderia que meu espaço foi feito só para você
e você teria menos motivos para me esquecer
e nada faria mais sentido do que eu e você
E se a gente mudasse o mundo de uma vez?
(Tal o filme que a gente fez)
Neto
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
O primeiro, novamente...depois de sonhos póstumos
o sol de meio dia me incomodava um pouco
e com um sorriso meio torto eu ia andando pelo rio
quando parei pra prestar atenção já era noite
percebi não por causa do escuro, mas pelo frio
quando notei onde estava, me senti em casa
a lapa sempre é um lugar acolhedor
é lugar pra cobra achar asa
sempre pouco dinheiro, mas muita disposição
quando ouvi um sambinha tocando na rua
fui seguindo o som do pandeiro e as palmas da multidão
um cabloco inspirado dançava e rodava
seguido por uma bela morena segurando sua mão
essas coisas sempre prendem meus olhos
pra mim é a mais pura arte
e mesmo não fazendo parte, me sinto bem ali
desci já meio alterado e ouvi o som de um xaxado
logo seguido de um forró, ali no pé da escadaria
se fosse possivel eu dançava forró todo santo dia
chamei uma morena, nem perguntei como chamava
deixei os chinelos de lado e quando vi já dançava
e quando os pés deram o aviso, dei tchau e fui embora
já tinha passado da minha hora
quando fui pro caminho de casa
cazuza me perguntou "mais uma dose?"
eu me conhecia, eu sabia de mim
sem pensar duas vezes respondi:
"é claro que eu to a fim."
Por Daniel, o sambista de angra
e com um sorriso meio torto eu ia andando pelo rio
quando parei pra prestar atenção já era noite
percebi não por causa do escuro, mas pelo frio
quando notei onde estava, me senti em casa
a lapa sempre é um lugar acolhedor
é lugar pra cobra achar asa
sempre pouco dinheiro, mas muita disposição
quando ouvi um sambinha tocando na rua
fui seguindo o som do pandeiro e as palmas da multidão
um cabloco inspirado dançava e rodava
seguido por uma bela morena segurando sua mão
essas coisas sempre prendem meus olhos
pra mim é a mais pura arte
e mesmo não fazendo parte, me sinto bem ali
desci já meio alterado e ouvi o som de um xaxado
logo seguido de um forró, ali no pé da escadaria
se fosse possivel eu dançava forró todo santo dia
chamei uma morena, nem perguntei como chamava
deixei os chinelos de lado e quando vi já dançava
e quando os pés deram o aviso, dei tchau e fui embora
já tinha passado da minha hora
quando fui pro caminho de casa
cazuza me perguntou "mais uma dose?"
eu me conhecia, eu sabia de mim
sem pensar duas vezes respondi:
"é claro que eu to a fim."
Por Daniel, o sambista de angra
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