segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O primeiro, novamente...depois de sonhos póstumos

o sol de meio dia me incomodava um pouco
e com um sorriso meio torto eu ia andando pelo rio
quando parei pra prestar atenção já era noite
percebi não por causa do escuro, mas pelo frio
quando notei onde estava, me senti em casa
a lapa sempre é um lugar acolhedor
é lugar pra cobra achar asa
sempre pouco dinheiro, mas muita disposição
quando ouvi um sambinha tocando na rua
fui seguindo o som do pandeiro e as palmas da multidão
um cabloco inspirado dançava e rodava
seguido por uma bela morena segurando sua mão
essas coisas sempre prendem meus olhos
pra mim é a mais pura arte
e mesmo não fazendo parte, me sinto bem ali
desci já meio alterado e ouvi o som de um xaxado
logo seguido de um forró, ali no pé da escadaria
se fosse possivel eu dançava forró todo santo dia
chamei uma morena, nem perguntei como chamava
deixei os chinelos de lado e quando vi já dançava
e quando os pés deram o aviso, dei tchau e fui embora
já tinha passado da minha hora
quando fui pro caminho de casa
cazuza me perguntou "mais uma dose?"
eu me conhecia, eu sabia de mim
sem pensar duas vezes respondi:
"é claro que eu to a fim."

Por Daniel, o sambista de angra

2 comentários:

  1. Quero ser que nem tu quando crescer neto.
    Ou pelo menos escrever igual.

    Parabens.

    Sucesso e muita sorte pra todos nós \o

    Beijos!

    /Fabio.ixmx

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